Determinação do Sexo em Plantas
O dimorfismo sexual em plantas superiores é uma característica de menor importância quando comparada com os animais. De fato, a grande maioria das plantas são hermafroditas e portanto, apresentam os dois sexos em uma mesma flor. Existe entretanto, outros tipos de expressões sexuais tais como: (a) plantas monóicas – possuem órgãos masculinos e femininos em flores separadas porém, na mesma planta, (b) plantas dióicas – possuem órgãos masculinos e femininos em plantas diferentes.
A expressão sexual nas plantas está também sob controle genético. Em algumas espécies, esse controle é realizado por cromossomos sexuais, sendo o sistema XY o mais comumente encontrado. Como exemplo, pode-se citar as espécies Cannabis sativa, Humulus lupulus, Melandrium album, Asparagus officinalis, etc.
Outro tipo de controle genético bastante freqüente em plantas é aquele efetuado não por cromossomos sexuais, mas sim por genes autossômicos. Na realidade, a grande maioria das plantas superiores não apresentam os cromossomos sexuais. Um exemplo de controle da expressão sexual por intermédio de genes autossômicos ocorre em pepino, Cucumis sativus. Nessa planta, o tipo sexual mais comum é o monóico, ocorrendo também os tipos ginóico, andromonóico e hermafrodita. As plantas ginóicas produzem apenas flores femininas, enquanto as androginóicas possuem flores masculinas e hemafroditas na mesma planta. Essas expressões sexuais são controladas por dois genes F e M, que se interagem da seguinte forma:
- ff MM; ff Mm: monóica
- FF MM; FF Mm: ginóica
- FF mm; Ff mm: hermafrodita
- ff mm: andromonóica
Os vários tipos de expressões sexuais no pepino permitem a produção de sementes híbridas de uma maneira bastante smples. Para isso, basta que um dos genitores do híbrido seja de uma linhagem ginóica. Nesse caso, toda semente produzida pelas plantas ginóicas serão necessariamente híbridas, uma vez que as mesmas devem receber pólen de outras plantas que possuam flores masculinas. Como as plantas ginóicas só possuem flores femininas, sua manutenção é feita pela aplicação do hormônio giberelina, que induz temporariamente a produção de flores masculinas, permitindo assim, a autofecundação da planta fêmea.